História
A origem do povoado não se consegue por enquanto determinar, mas apontamos para os finais do século XIV, na sequência da Lei das Sesmarias publicadas por D. Fernando em 1375. A aldeia em 1527, no numeramento de D. João III, apresentava 61 fogos (cerca de 240 habitantes). Desde então a população da freguesia cresceu em bom ritmo tendo atingido 3.191 habitantes no recenseamento de 1940.
A freguesia pertenceu à Ordem de Avis, e mais tarde em 1654 foi integrada na Casa do Infantado, cujo primeiro donatário foi o infante D. Pedro, até à extinção da mesma em 1834.
A igreja matriz, de configuração acastelada na cobertura da capela-mor indicia uma imitação da matriz de S. João Batista (Moura). A sua fundação, à falta de melhor prova, situar-se-á em finais do séc. XV ou princípios do séc. XVI, sendo certo que será anterior a 1534, data em que foi visitada por um enviado do Bispado de Évora. A igreja apresenta ainda a cruz de Avis e também a cruz de Santiago e o tecto da capela-mor mostra interessantes frescos dos quatro evangelistas: S. Marcos, S. Mateus, S. Lucas e S. João.
Quanto ao culto religioso, existiram duas irmandades: Nossa Senhora do Rosário, fundada em 1690 e a do Santíssimo Sacramento.
A igreja sita no lugar da Estrela, a julgar pelos preciosos frescos da capela-mor remonta ao séc. XVI (Lobato, 1961:237). Quanto ao aglomerado da Estrela, dado que não consta no numeramento de 1527, só nos finais do séc. XVI se terão juntado algumas casas em volta da igreja. Assim, em 1600 já existiam 9 fogos, o que equivale aproximadamente a 36 habitantes.
Também nesta igreja existiram 2 irmandades: Nª Senhora do Rosário e a do Santíssimo Sacramento. Esta última teve uma receita de 54.470 réis no ano de 1806. As duas igrejas pertenceram ao Bispado de Évora até 1700 altura em que passaram para o Bispado de Beja.
Relativamente à presença humana na freguesia, não existem estudos publicados sobre a matéria, além da referência à Cabana da Herdade das Antas (VIANA, 1957:40-45); às Antas da Póvoa de S. Miguel (LIMA: 1988:34-38). Contudo, a área da freguesia regista vestígios de ocupação que vão desde o período Paleolítico até ao domínio islâmico. Conhecem-se machados de pedra polida do Neolítico; lanças e machados do Ca1colítico; o Castelo das Juntas remete-nos para a Idade do Ferro.
Durante a ocupação romana, a freguesia pertenceu à província da Bética e, dessa época, existem bastantes marcas atestadas por múltiplos casais rústicos, merecendo especial destaque as villaes da Ponte de Pau e das Piçarras. Do islamismo destacam-se vestígios na Defesa, Castelhanos Novos e Pata.